Violência

'Ele está com medo de sair de casa', desabafa pai de adolescente espancado em saída de festa

Pâmela Rubin Matge

Revoltado com a violência que o filho de 17 anos sofreu na saída de uma festa na noite do último domingo, no centro de Santa Maria, o pai de um adolescente critica a falta de fiscalização em festas e nas ruas da cidade.

– É um sentimento de impotência. Culpar quem? No domingo, desci do carro, estava a 50 metros do meu filho e não pude evitar. Vi ele ser espancado. A gente cuida tanto. Fui levar e buscar ele na festa e o encontrei encontrei assustado, com o nariz quebrado, sem um dente da frente e com a testa cortada. Agora ,ele está lá, com medo de sair de casa – desabafa o pai.

O adolescente estava na festa Boca Beats, que alugou o espaço Etnia para sua realização. O evento é exclusivo para adolescentes e não há venda de bebida alcoólica.

 O adolescente foi encaminhado à Policlínica Cauzzo, onde foi atendido e liberado horas depois. Ele contou ao pai que sequer conhecia os agressores e foi atacado cerca de um minuto depois de desligar o telefone. A ligação era do próprio pai, pedindo que o filho saísse do local, pois o esperava do lado de fora para levá-lo para casa.

Assim que chegou à calçada, o adolescente teve o boné roubado, foi arrastado para rua, derrubado e agredido por várias pessoas com socos e chutes. O grupo também tentou roubar o celular do menino, mas não conseguiu.

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O pai conta que procurou por mais seguranças no local e não encontrou:

– Poderiam ter matado. Ele estava caído na rua daquele jeito, e não tinha um segurança na rua. Só os da porta da festa. A Brigada Militar não deveria estar ali na frente? Por que os organizadores não comunicaram que fariam uma festa para menores? E quem fiscaliza? O Ministério Público deveria tomar uma atitude. Falaram que era para adolescentes de até 17 anos, mas ficamos sabendo que os ingressos, que custavam R$ 35, foram vendidos na hora por R$ 50 para os que eram maiores de 18 anos.

Apesar de a festa estar marcada para as 16h, com término previsto para as 21h30min, e vender apenas refrigerantes e energéticos, testemunhas relataram que, no lado de fora, pessoas aguardavam na fila para entrar na festa enquanto consumiam bebidas alcoólicas e cigarros.

Na última segunda-feira, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu um procedimento para investigar o caso. Durante a mesma briga, outro adolescente (que não teve a idade informada) também foi atacado com uma garrafada na nuca.

O que diz o Ministério Público

Segundo a assessoria de comunicação do Ministério Público, nesses casos, o órgão age como fiscalizador secundário, sendo a fiscalização primária, de competência da Prefeitura, Corpo de Bombeiros e Conselho Tutelar. Cinemas, teatros e casas noturnas devem seguir as normas pré-estabelecidas do Ministério da Justiça, o que inclui a classificação etária, sendo a responsabilidade de seus organizadores.

A assessoria também informou que Antonio Augusto Ramos de Moraes, promotor da Infância e Juventude, recebeu a denúncia do caso do último domingo do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar. O caso será investigado.

O que diz a Brigada Militar

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